terça-feira, 4 de agosto de 2009

MANDALAS II

A cultura ocidental industrializada perdeu o acesso às suas raízes, e desse modo, às suas mandals. Até mesmo as catedrais góticas, que uniam luz, cor e forma numa unidade, com suas belas rosáceas, se degradaram, transformando-se em museus que não dialogam com a atualidade.

A mandala foi desaparecendo aos poucos neste lado do mundo, primeiro da arte, depois da consciência. O pensamento unitário e sagrado foi substituído pela compreensão racional e fragmentadora do mundo. Começa então, para o Ocidente, o declínio da mandala no mundo interior.

Mas o próprio curso da história contém em si algo de uma mandala, e o interesse pelas formas circulares e sua unidade está novamente em pauta. Não por acaso, falamos da "roda do tempo" para caracterizar o tempo cíclico histórico. Ciclos que não são ruins nem devem ser combatidos, mas simplesmente encarados como a expressão do giro da mandala.

fonte: Mandalas / Rüdiger Dahlke (Ed. Pensamento)
ilustração: carta do Saints Tarot